Como segundo maior mercado entre os 30 países emergentes de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil tem merecido cada vez atenção de ambas as multinacionais.
A norte-americana GE Healthcare - divisão da General Eletric Company - que inaugurou no ano passado sua fábrica em Minas Gerais, já projeta nacionalizar os equipamentos de raios-X e mamografia em um prazo de três a cinco anos. "Este prazo é para desenvolvermos os fornecedores locais", afirma o diretor da GE Healthcare para o Brasil, Marco Del Corona.
Ainda de acordo com o executivo da GE, com a nacionalização, a redução do custo médio dos equipamentos pode chegar a 20%. "A evolução do grau de nacionalização vai depender de cada produto. Acredito, por exemplo, que os equipamentos de raios-X possam ser os primeiros a serem nacionalizados. Isso fará com que os preços cheguem a uma redução de até 20% em média nos custos dos equipamentos", explica Del Corona.
Com objetivo de utilizar o País como plataforma de exportação para toda a América Latina, a companhia prevê que, ainda este ano, as exportações dos equipamentos de raios X e mamografia já representem cerca de 25% do faturamento da empresa.
Segundo a empresa, a formação de Cuidados e Inovações se deu por meio da aliança que envolve a área de saúde entre Intel e GE, anunciada em 2009. Entre os focos da nova empresa de propriedade conjunta está o segmento de mercado de telessaúde e acompanhamento domiciliar à saúde. Entre as ações da unidade está o monitoramento remoto de pacientes, tecnologias assistivas, como o Intel Health Guide, da Intel Reader e QuietCare GE .
A Philips Healhtcare também está otimista com o mercado brasileiro. Segundo o diretor da divisão, Marcos Cunha, hoje existe no Brasil uma pressão para que os hospitais sejam cada vez mais eficientes e as tecnologias digitais ganham importância fundamental nesse cenário. A multinacional holandesa atua em quatro áreas. A primeira delas é a de diagnóstico por imagem, que comercializa, por exemplo, equipamentos de ressonância. "Atuamos também em cuidados críticos [monitores, ventiladores, aparelhos para anestesia etc]; programas para saúde, com soluções de software para armazenamento de imagens até gestão hospitalar; e, por último, soluções para cuidados em domicílio", diz o diretor.
Philips
A Philips já comercializa equipamentos nacionalizados, o que proporciona uma redução de até 30% nos preços dos produtos em relação aos importados. "Devido à composição dos componentes importados e aos custos de produção no Brasil, a Philips consegue manter o grau de competitividade mesmo com a oscilação da taxa de câmbio", explica Cunha. Os principais mercados da multinacional holandesa no Brasil estão nas Regiões Sudeste e Sul. "Mas tivermos um crescimento expressivo no nordeste no ano passado, reflexo dos investimentos públicos naquela região", afirma o diretor. Para ele, com o governo de Dilma, a tendência é que as políticas públicas para a saúde se mantenham semelhantes as do governo de Lula.
Hoje, um dos focos da empresa é investir em tecnologia da informação voltada ao mercado hospitalar. "O prontuário eletrônico, em hospitais públicos e privados, ordena e otimiza o fluxo de informações do paciente. Com esse recurso, por exemplo, é possível agilizar a decisão dos médicos, que terão à mão todo o histórico do paciente", explica o executivo.
As soluções integradas oferecidas pela Philips já existem em mercados mais maduros, como os Estados Unidos e a Europa. "Mas o Brasil, como os outros países que formam o grupo chamado BRIC [China, Índia e Rússia] são muito importantes para a Philips Heathcare", diz Cunha.
A Philips Heahtcare também aposta no segmento de home health. "O mundo caminha para a saturação de leitos, e os custos são menores quando os pacientes são mantidos em casa", afirma o diretor.
Segundo ele, com os equipamentos que monitoram os doentes a distância é possível mantê-los sob cuidados médicos sem deixá-los internados.
As divisões Healthcare das multinacionais General Electric e Philips veem no Brasil um grande potencial de crescimento na venda de equipamentos hospitalares e apostam na nacionalização da produção.
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